31.8.08

Hakuna Matata

Vontade de dizer alguma coisa legal. Talvez isso: outro dia eu precisava precisava ir a aula de psicologia para pegar a matéria da semana anterior, porque tinha faltado. Aí eu vi o laborátório vazio e resolvi entrar, só pra ver minha caixa de e-mail. Só que o fdp do yahoo demorava pra abrir, e eu cancelava e voltava, cancelava e voltava. Daí que virou uma questão de honra conseguir tal feito, que passou a hora e eu ali, numa luta sanguinária contra o mouse. Acabei não indo à aula, novamente.
Não, isso não é legal, porque eu vou me ferrar bunithinha.
Então outra: Eu vou ao show da Madonna. Pista, lá pertinho. Vou gastar um puta de um dinheiro, ativei cartão de crédito e o caramba só pra isso, também não é supimpa aos tubos.
Outra: Eu acordei cedo, me arrumei, liguei para uma amiga e ela disse que não poderia ir, daí eu fui assim mesmo, sozinha, atravessei o túnel LIIIIINDO do Joá, me lembrei do meu tempo de vôlei, andei à beça e fiquei até às cinco sem comer nada, só balinha, só andando. Peguei um mooonte de caneta e papel, algumas promessas, outros "vamos estar retornando", menti um pouquinho - o meu inglês não é nada intermediário - me arrependi de não ter levado a máquina - o gordo do comercial do "quem ama bloqueia" estava lá, com algemas -, e ganhei uma bolinha amarela para ficar apertando.
Eu fui cheia de esperanças, e até agora ninguém está me retornando. Daí que meu estágio acaba e eu vou pra pindaíba de novo. E o meu trabalho tá atrasado desde esse dia que não fui ao Fórum.
Mais uma tentativa: um amigo salvador da pátria em pleno ônibus me tirou da maior roubada com um pilantra que estava me ameaçando ao meu lado, um covarde que achou a primeira mulher sozinha em um banco e foi certeiro me azucrinar. Se ferrou porque o meu amigo entrou logo depois, sacou a situação e fez voz grossa me tirando de lá. Também não foi nada agradável, porque me senti muito indefesa como não gostaria.
Tá foda.

29.8.08

Propaganda eleitoral

E eu prometo, juro, de pés juntos, que vou escrever tudo aquilo que vaza pelos sentidos nesses dias de calor e frio, agradáveis ou irreflexíveis, de sol e noite, de trânsito e lugares longes, habitáveis ou não, transitórios ou fixos.

Medicina Legal

Então o que era nojento e insuportável acaba sendo no mínimo curioso. A pressão baixa dos primeiros dias foi se dispersando nos movimentos rápidos da mão na caneta, anotando tudo, desenhando se possível. Logo uma ferida não era uma simples ferida, não senhor, era uma ação contundente de bordas irregulares, com traves de tecido entre vertentes, com cura por epitalização, ora pois. Um galo na cabeça? um hematoma provocado por um vaso arterial que se rompe em local bastante vascularizado. Nunca um esfolado será igual depois disso.

Era pra ser

... o que deveria ser. Acabo achando que entrei no mundo costumeiro e rasteiro de comportamento padrão humano, aquele em que coisas maiores e forças poderosas sobrenaturais ou sei lá mais o quê emaranham-se e embaralham-se às coisas produzidas e orientadas para serem os dias. Isso era para ser assim, aquilo para assado. É a melhor das filosofias que se pode ter, a mais fácil também. Porque se tira um peso gigantesco das costas para os atos falhos, os atos contrários, os atos externos. E eu acho que eu quero isso pra mim. Já que as coisas elevam-se tanto e tão rápido, e alto, e independente que acabo acreditando em vida própria, algo já escrito numa biografia ainda não realizada, a ser publicada em breve. É como se fossem ciclos - que não necessariamente vão voltar para uma contradança. E essa história de "bom, o importante é que fez com que eu chegasse até aqui" é um tanto quanto vazia, pois se ocorresse de outro modo também teria sido bom. E o importante é que fez eu chegar até aqui. Não que seja uma atitude positiva, é também uma válvula de escape às responsabilidades herdadas com a necessidade de se ganhar a vida, o lado Polianna moça no fantástico mundo de Bobby não é pra mim. Acontece que pessoas e fatos transitam muito e a todo o tempo sem respostas, só perguntas. E quando vou perceber, já é sexta, já são 21h, já é setembro dentro da gente, acabou. E aquilo que eu ia fazer, e aquele lugar que eu iria, e aquela pessoa pra ligar, aquele ofício pra guardar, aquele exercício pra fazer? perdeu, amizade. Então é esperar que, um dia, tudo entre nos eixos - como se existisse algum - para poder sentar e escolher o livro que se quer ler, o lugar em que se quer estar, o banho que se quer tomar.

3.8.08

Eu queria...

Eu queria tanta coisa. Mas eu sinto que ainda não é o momento de tudo. Só me falta esperar. Ou melhor, só me falta estudar [o que está latente]

De se dar conta de algo

Foi preciso um professor de um ano atrás [mas que pra mim foi ontem] me perguntar, em pleno elevador, em que período eu estava para eu me dar conta de que muito já se passou. "Ah, você já cruzou o cabo da boa esperança", disse ele.
Mesmo que isso signifique que faltam 2 anos para me formar.
[quem mandou fazer Direito? agora aguenta.]

Medicina Legal

Sezisnando é um fofo, mas, infelizmente, não há nenhuma graça em ver corpos esmagados ou mutilados ou retalhados ou fuzilados ou queimados ou. Por isso, trabalhar no IML não é nada legal, cara. Não adianta, quanto mais ele fala bem do próprio emprego mais eu sinto nojo. Professor, na boa, observar a fauna e a flora que nasce de um corpo putrefado é coisa de pervertido, com todo o respeito.

Mas eu não sou daqui

Enfim lá estava eu, me arrumando pra aquilo que eu já tinha certeza que não ia dar certo. Uma daquelas coisas que você reza pra estar errada, na esperança que, poxa, tem jeito de ir, mas que é só a mais pura ilusão que se pode tentar. E eu já tinha pago. Não ia deixar R$20,00 ir embora impunemente.
Era numa casa de festas. Casa de festas? Naquela rua eu não lembrava de nenhuma. Mas então fazia quase quatro anos que eu não passava por lá. Era na verdade apenas uma casa. Subia as escadas. Lá estava o que chamaram de festa.
Tanta gente que eu já vi um dia, gente que eu não conheço, aqueles que eu conheço eu não conheço mais. Um alien com penacho na cabeça plantado no meio da festa dos outros. Daí eu me lembrei daquela sensação angustiante de ser invisível tendo 2 metros de altura, que era tão usual mas se perdeu como algo que nunca se materializou de pronto no consciente, afinal eu tinha as minhas amigas, alguns outros do "bom dia", outros do "vc viu fulana?". Quase ninguém estava ali, e os que estavam já são outros. A distância que me separa de todos eles abriu uma cratera no meio, e continuar sendo chamada de "a culta" nunca me agrediu tanto como um pejorativo absoluto sintético. O que eles queriam dizer é ''você é estranha''. Ok, então. Eu aceito o joguete. Vocês continuam me julgando como a magrela sem graça e eu banco a estraga-prazeres. Eu não vou encher a cara de cerveja, não vou fumar seu cigarro fedorento, não vou falar sobre peguetes, vou falar mal de funk, eu não vou rebolar até o chão de perna aberta. Não na frente dessa gente. Tenho senso do ridículo. Se sou evangélica? Não, eu só não sou do seu nível.
A hora de ir embora foi complicadíssima. O que eu queria era sair voada, mas eu precisava dar um mínimo de satisfação a quem de consideração. Onde estavam todos? Na pista, se esfregando. Talvez não sejam tão de consideração assim. Enfim eu tinha pagado pra ser excluída, que façam bom proveito de tudo, eu tenho mais o que fazer, namastê. Peguei o primeiro ônibus que apareceu na minha frente, coloquei Ella Fitzgerald no ouvido pra me purificar.
Pai, você me estragou.