14.9.08

Que belo estranho dia pra se ter alegria




Meu pai me deu de presente e eu adorei muito muito muito mas não dei bandeira, agradeci e ouvi. E achei estranho. E achei belo. E procurei explicação p/ aquelas escolhas, já que senti o objetivo do disco muito diferente do "Braseiro", embora ambos tenham a mesma essência, a mesma voz sem artifícios cantando sambas antigos e densos. E não encontrei respostas. Às vezes as coisas não precisam ter fundamentações, muitas vezes são propostas espontâneas, de momento. Algumas músicas eu passei sem escutar. Outras eu repito seguidamente. "Samba de amor e ódio" é uma delas. Porque eu sempre achei isso tudo que ela fala, mas não houve momento pra falar. Então não calo mais: digo cantando, pela razão dos outros. E brinco de a mais nova descoberta que ninguém sabe [porque isso sempre me alegrou].

7.9.08

E era como se jogassem Space Invaders

Fim de tarde. Ambiente Interno - Casa.
"As time goes by" no som.


Não, eu não quero que o tempo passe.

Eu procurava dizer isso de uma maneira que não transmitisse uma impressão ruim, e com uma ligeira imparcialidade de situações que servissem de exemplo para a minha teoria. A verdade é que há muito tenho dosado as palavras, num esforço danado para moldá-las em planos retos ou não ambíguos. Mas a carteirinha que tirei há 22 anos do Clube dos Negativos bate ponto toda semana. Nem tudo são dramas, às vezes quase nada é, é tudo calma e alheamento. E o que deveria ser combustão, vazamento e arrependimento acaba, por causa do Tempo, sendo apenas inconsequencia, ou um leve aborrecimento. Chato pra caramba, porque eu percebo o quanto estou ficando velha, a maturidade chegando e a gente levando a vida pra levar, não se expondo pra continuar não-sendo, arranjando compromissos para não tê-los, exergando muito mais nítido as situações mesmo com a vista ficando cada vez mais fraca, tendo que usar protetor solar. Comprimido polivitamínico. Apostila pra entender o texto. Vitamina C. Garrafa de água. Bloco de anotações.

"Cry me a River", Ella.