29.10.08

Nesse sentido...

Eu cheguei à máxima de que a vida é um silêncio tumultuado.

em uma nova janela

_Você já não é mais a mesma.

[pausa]

_ Eu sou o que fizeram de mim.




Possível diálogo de um futuro roteiro.

Nova estagiária do TRF

Tribunal Regional Federal da 2 ª Região. Gabinete de De[u]sembargador. Como se eu me importasse com isso. Eu só preciso do dinheiro, tudo o que eu tinha pra aprender eu já o fiz.
A única coisa que me preocupo nesse momento é com que roupa eu vou pro gabinete que você me convidou.
Pelo menos o desembargador tem que ser gatinho.
Se eu parar numa Câmara Criminal eu acho que me mato. Se for de Execução Fiscal eu mato um, e por aí em diante.
Aff, eu não quero nem pensar nisso. Por que eu fiz aquela prova? E por que eu passei?
Adeus, Tribunal de Justiça do RJ, sentirei saudades [fodásticas]. Principalmente das greves - que não tem na Federal. E das festinhas. E dos amigos. E dos risos absurdamente altos que paravam as audiências. E daquele bando de mulheres na TPM falando pelos cotovelos. E dos incríveis passeios pelo Projac [!]. E da Defensoria, com seus boyzinhos enchendo a paciência e sendo maravilhosamente submissos [girl power!]. E dos babados de família. E dos fondues. E do vinho escondido [rs]. E da consultoria sentimental [que eu mais dava do que recebia]. E Sani me fazendo passar mal de tanto rir [serei sempre a "filé de borboleta"]. E do secretário da Juíza mais gente boa que já existiu. E do assédio dos oficiais de justiça [que era desagradável, mas que agora é engraçado]. E a minha querida e amiga chefinha. E da guru Gizelda[so]. E dos papos extremamente indecentes de sexta a tarde. E da minha vida, nesses últimos 2 anos.

19.10.08

Eu confesso

Eu amo a Amy e não a considero maluca. É apenas um espírito perturbado. Não é como a Britney-puta, ela é fina e não bagaceira. Ela me passa a impressão de uma pessoa sensível e muito frágil, e muito vulnerável à exposição e tudo mais. Acho que a fama, como as drogas, não faz nada bem a ela. Eu espero sinceramente que ela tenha salvação.




















E "Love is a losing game" é o maior corta-pulso da história.

A verdade é que...

é estranho voltar para casa de tarde, a luz do sol é outra, o que dá um tom diferente aos objetos e à rua antes de abrir a porta. Cada local que estou no dia tem a sua cor de costume. Se estou no Fórum, as coisa são claras; já na faculdade, a luz é artificial, daquelas lampâdas longas, fosforescentes. Mais tarde ainda, em casa, é quase tudo um breu, para não acordar as pessoas. Pois outro dia, por conta dessa mudança passageira de rotina, refleti que certas pessoas, que pertencem a determinados círculos da minha vida, nunca me viram em outra situação àquela de costume, ou seja, nunca me viram em outro tipo de iluminação, o que pode ser assustadoramente revelador, à medida que certos caracteres são mais bem notados nessa ou em outra circunstância. Pensando nisso me lembrei de uma antiga amiga, que coincidentemente reencontrei essa semana, há muito tempo atrás, de manhãzinha - ocasião dos meus dias do qual ela não pertence - se espantou com o fato de nunca ter reparado que eu tenho sardas - coisa ululante na minha cara. Achei engraçado esse fato, porque questionei qual a visão que certas pessoas tem de mim e como isso reflete na postura de cada um. A bem da verdade eu sempre pensei nisso, mas com relação ao vínculo social e afetivo que me liga a elas. Agora com relação à luz - sim, a luz, quais segredos guarda?

Sobre o nada.

É engraçado que o momento de chegar aqui, e daí olhar pras teclas p/ escrever, e ser coerente e obedecer a boa velha gramática. É prejudicial. Prejudicial porque já não consigo explicar o que me motivou dessa vez a cansativa maratona - que para mim a cada vez é mais arrastada e penosa - de enfim dar alguma satisfação sobre os dias que dissipam a boa vontade e as intenções. Pois bem que nesses dias verdadeiramente raros em casa - não sei por que alma bondosa ou vagabunda decretou recesso de uma semana, por conta do dia do professor - não conseguir pôr em prática o meu plano de ler dois livros de mais de 500 páginas cada um para que finalmente eu entenda algo sobre Processo Penal depois de 4 anos de estudo, bem como a Lei da Procuradoria com mais de cem artigos, ainda acordar cedo e bater perna no centro com sol a pino sem protetor solar - de manhã eu sou anencéfala -, daí correr para o estágio para não chegar atrasada, só pra dizer aos pobres jurisdicionados "desculpe, estamos em greve", fazer palavras cruzadas do jornal com os grevistas e discutir sobre o cárcere privado das meninas em São Paulo. Ok, glamour, go to hell. Eu preciso mesmo de montanhas de tarefas para sentir algum tipo de existência, algum tipo de utilidade. Ou mesmo para fugir de sentimentos emos, regados a filosofia barata de horas improdutivas.