18.12.09

Saber viver nos dias que correm

As idéias que hibernam em boa parte do tempo se acumulam e, com isso, se esquentam. E numa fila indiana desfilam em círculos sob a densa neblina dos movimentos diários, dos contatos diários, da vida diária. Vai e volta uma ou outra aspiração, e se perde novamente. E eu sinto como me afogando em algo que não é líquido, não é sólido, é vapor.
Sim, é ar, é vapor-barato.
Tudo se torna pista de correr. escada-rolante. esteira de ginástica. As ruas que engolem ruas, são faixas amarelas que passam, uniformes, entediantes, soníferas. Pistas falsas, não levam a lugar algum. Elas se escondem embaixo do carro, ou são sugadas por ele?
Eu me escondo atrás das horas. O ponteiro se mexe e cada vez encobre um espaço, revela outro, retorna e move um velho disco riscado. Violão de sete cordas, e eu não sei tocar nem uma. O som vibra conforme o gesto despreparado, e a rotina se repete em atos improvisados.

12.12.09

Devagar, que tenho pressa! — Festina lente

Ando lendo muitos provérbios por conta de um trabalho (em grupo! - cá estou eu novamente, sem um pingo de vergonha na cara) que se propõe a explicar o sigificado de algumas máximas latinas. Creio que se certas coisas acontecem não à toa, ou por capricho da Fortuna, elas servem pra algo. Pois bem, tenho me entretido com certas coisas ultimamente que, quanto mais eu leio os provérbios, mas eles se encaixam perfeitamente a qualquer tipo de situação e, nesse sentido, reafirmo que a vida é um ciclo.
Que não se repete ipse litteris, obviamente. Mas o mundo é mundo desde sempre. E eu não estou sozinha nas minhas observações e espanto. "De noite, todos os gatos são pardos" me remete a uma série de fatos que de repente são uniformes, como um dever de ser. E séries análogas me deixam mais precavida, algo como pisar em territórios conhecidos. Até que realmente algo muito furioso e imprevisto me destrone do meu reino. Mas tenho certeza que também para isso hei de encontrar alguma máxima, deixe estar.