29.8.08

Era pra ser

... o que deveria ser. Acabo achando que entrei no mundo costumeiro e rasteiro de comportamento padrão humano, aquele em que coisas maiores e forças poderosas sobrenaturais ou sei lá mais o quê emaranham-se e embaralham-se às coisas produzidas e orientadas para serem os dias. Isso era para ser assim, aquilo para assado. É a melhor das filosofias que se pode ter, a mais fácil também. Porque se tira um peso gigantesco das costas para os atos falhos, os atos contrários, os atos externos. E eu acho que eu quero isso pra mim. Já que as coisas elevam-se tanto e tão rápido, e alto, e independente que acabo acreditando em vida própria, algo já escrito numa biografia ainda não realizada, a ser publicada em breve. É como se fossem ciclos - que não necessariamente vão voltar para uma contradança. E essa história de "bom, o importante é que fez com que eu chegasse até aqui" é um tanto quanto vazia, pois se ocorresse de outro modo também teria sido bom. E o importante é que fez eu chegar até aqui. Não que seja uma atitude positiva, é também uma válvula de escape às responsabilidades herdadas com a necessidade de se ganhar a vida, o lado Polianna moça no fantástico mundo de Bobby não é pra mim. Acontece que pessoas e fatos transitam muito e a todo o tempo sem respostas, só perguntas. E quando vou perceber, já é sexta, já são 21h, já é setembro dentro da gente, acabou. E aquilo que eu ia fazer, e aquele lugar que eu iria, e aquela pessoa pra ligar, aquele ofício pra guardar, aquele exercício pra fazer? perdeu, amizade. Então é esperar que, um dia, tudo entre nos eixos - como se existisse algum - para poder sentar e escolher o livro que se quer ler, o lugar em que se quer estar, o banho que se quer tomar.