20.9.10

O inesperado faz uma surpresa

Rufar dos tambores... taratatá!

E aí eu me lembro daquele comercial: será? será?

Aff, é demais pro meu pobre coraçãozinho...

12.9.10

É tudo novo, de novo

Eu já nao sonho com mais nada além de uma ideia fixa que me consome há aproximadamente 4 meses. É ela que me salva dos conflitos internos, externos, dos medos, finais, desencontros e fracassos. E já entendo Pessoa no que diz que viver é estar sonhando, só é possível vida no sonho, como quis me convencer o Motta.
Tenho tido aulas motivadoras, aprendido mais sobre Drummond, Bandeira e Baudelaire. Do Direito ainda tento entender constitucional, previdenciário, processo civil. Nos dias aparecem pessoas interessantes, somem outras, reaparecem mais algumas.
Tento dar ordem ao caos, virgiana incontestável, deixo as contas pagas, os deveres sobre a mesa. Tento, e quando nao tenho sucesso, tento mais um pouco. Funciona.
Abandono os excessos, largo Aristóteles e Eurípedes pra lá, prometo deixar de ser irresponsável, e faço cara de "compreendo", como o tio Charlie.
Vou dando liga a minha ideia, limpando arestas, desfazendo laços. E é vida que segue.

Once upon a time

"Tem certos dias que passam como continuidade de outros, um intermédio até o próximo final de semana. São dias bons, embora não se aperceba disso. Acontece que quando chega um dia realmente delimitador de outros tempos, eu tenho vontade de continuar naquela rotina que tão menosprezava e torcia pra acabar. Não são ruins também, é o medo do desconhecido, do há-de-vir. E acontecem tão de uma hora pra outra que eu fico tonta e não sei reagir. Acho que ninguém. Mas ninguém reage como eu.

Porque ninguém raciocina tão lento e mesmo assim tenta compreender toda a complexidade da questão em segundos. E eu não reajo bem a certas coisas que me causam perplexidade. "


Eu escrevi isto em outubro de 2009, e agora me lembro perfeitamente bem do porquê. Achei que aquele fato iria realmente modificar as coisas, que eu iria parar com essa repetiçao clichê de reclamar da minha rotina. Engraçado como foi um nada-de-mais que, ao final, nem deixou marcas dignas de consideraçao, como um flerte inofensivo em que você já se imagina casada mas ele nem pega o seu telefone.

A vida independe.

Queria ter tempo pra mim e pros meus projetos, meus enredos, meus interesses
Queria escrever pros amigos, ligar, saber como andam, o que fazem, e quando a gente pode se ver
Queria saber falar e escrever fluentemente inglês e espanhol, como cismo em colocar nos cadastros que faço por aí
Queria também saber falar e escrever fluentemente o português, como finjo que sei por aí
Queria ter coxa, peito, bunda, queria caber num sapato, numa calça legal
Queria ter uma internet mais rápida, um notebook, ou apenas um teclado que funcionasse o botao do til
Queria me lembrar das senhas, e também dos usernames
Queria ter uma máquina digital como as antigas em que a gente olha por um buraquinho como vai ficar a foto e as cores fazem as coisas saírem incrivelmente belas
Queria estudar muito menos, pra poder estudar muito mais
Queria nao me aproximar muito, nao gostar muito, nao me envolver muito, porque no final do ano eu...
Queria voltar a ser aquela garota engraçada, egocêntrica, nao queria mais nada disso de volta
Queria deixar de ser idiota e falar idiotices, escrever idiotices, pensar idiotices, fazer idiotices
Queria nao precisar pegar ônibus nunca mais, nunca mais ir a Campo Grande, nunca mais chegar atrasada, nunca mais fazer prova, nunca mais preencher ficha, assinar, rubricar
Queria nao poder caber em mim de tanta felicidade, tanta informaçao, tanta vida e beleza
Queria nao querer e ser, apenas


Mas é outro setembro, é outro ano astral, outro ciclo, o mesmo ciclo, a mesma história e a mesma vida. Até que enfim dezembro chegue, e com ele a roda-viva...