19.10.08

A verdade é que...

é estranho voltar para casa de tarde, a luz do sol é outra, o que dá um tom diferente aos objetos e à rua antes de abrir a porta. Cada local que estou no dia tem a sua cor de costume. Se estou no Fórum, as coisa são claras; já na faculdade, a luz é artificial, daquelas lampâdas longas, fosforescentes. Mais tarde ainda, em casa, é quase tudo um breu, para não acordar as pessoas. Pois outro dia, por conta dessa mudança passageira de rotina, refleti que certas pessoas, que pertencem a determinados círculos da minha vida, nunca me viram em outra situação àquela de costume, ou seja, nunca me viram em outro tipo de iluminação, o que pode ser assustadoramente revelador, à medida que certos caracteres são mais bem notados nessa ou em outra circunstância. Pensando nisso me lembrei de uma antiga amiga, que coincidentemente reencontrei essa semana, há muito tempo atrás, de manhãzinha - ocasião dos meus dias do qual ela não pertence - se espantou com o fato de nunca ter reparado que eu tenho sardas - coisa ululante na minha cara. Achei engraçado esse fato, porque questionei qual a visão que certas pessoas tem de mim e como isso reflete na postura de cada um. A bem da verdade eu sempre pensei nisso, mas com relação ao vínculo social e afetivo que me liga a elas. Agora com relação à luz - sim, a luz, quais segredos guarda?