19.10.08

Sobre o nada.

É engraçado que o momento de chegar aqui, e daí olhar pras teclas p/ escrever, e ser coerente e obedecer a boa velha gramática. É prejudicial. Prejudicial porque já não consigo explicar o que me motivou dessa vez a cansativa maratona - que para mim a cada vez é mais arrastada e penosa - de enfim dar alguma satisfação sobre os dias que dissipam a boa vontade e as intenções. Pois bem que nesses dias verdadeiramente raros em casa - não sei por que alma bondosa ou vagabunda decretou recesso de uma semana, por conta do dia do professor - não conseguir pôr em prática o meu plano de ler dois livros de mais de 500 páginas cada um para que finalmente eu entenda algo sobre Processo Penal depois de 4 anos de estudo, bem como a Lei da Procuradoria com mais de cem artigos, ainda acordar cedo e bater perna no centro com sol a pino sem protetor solar - de manhã eu sou anencéfala -, daí correr para o estágio para não chegar atrasada, só pra dizer aos pobres jurisdicionados "desculpe, estamos em greve", fazer palavras cruzadas do jornal com os grevistas e discutir sobre o cárcere privado das meninas em São Paulo. Ok, glamour, go to hell. Eu preciso mesmo de montanhas de tarefas para sentir algum tipo de existência, algum tipo de utilidade. Ou mesmo para fugir de sentimentos emos, regados a filosofia barata de horas improdutivas.