21.2.09

Não e não.

Eu não posso ficar pensando que todo mundo consegue as coisas e eu não. e ficar remoendo tipo o que eu poderia ter feito, como agido, etc e tal. porque não é assim que funciona, todo mundo quebra a cara, tenta tudo, vai lá e paga pra ver. e eu não, fico numa retórica tosca comigo mesma, que eu não tenho sorte, que as coisas não acontecem, que ando desiludida com o que eu faço ou deixo de fazer, que isso, que aquilo, que as oportunidades não aparecem, patati, patatá. aff, é tão, é tão... aff. Funcionário público.
Como cheguei nesse nível de abstração do ser? viver era particularmente tão.. não, não era não. sempre foi assim. o prá sempre adolescente apontando em todas as direções, nenhuma com fundo. são sempre dúvidas, e só.
Então é sobre o nada que eu falo, sobre o nada e sobre o tudo. porque é a mesma coisa, entende? o meu comodismo. o meu comedismo. a falta de palavras. articulações. o sofrer por pensar, o sofrer sem sentir. as pessoas falando, falando... o que é melhor pra mim, o que devo fazer, como devo agir. e eu explicando que sei de tudo isso, ninguém precisa buzinar no meu ouvido, o négocio é comigo, é a trave, é o cansaço, é o não poder. é o que vem de antes, lá do fundo, de onde eu não tenho consciência, algo que veio num dia sem esperar e deu um clic. desligou. e o desejo de ser compreendida. e de ser aceita. e de me encontrar. quem sabe de manhã.
Não, eu não sou triste. seria se não tivesse pretensões. mas o que acontecesse é que todas resultam infrutíferas. mesmo sem serem tentadas.